Ruda Vinicius dos Santos Alberti, 27 anos, Designer
Antes de começar, deixarei um aviso para você:
Nesse texto vou relatar como foi minha verdadeira aventura de intercâmbio na Austrália, e já aviso que nem tudo foram rosas.
No Brasil eu trabalhava como designer em um dos maiores petshops do País.
Clique aqui e veja outros depoimentos de intercambistas que foram para Austrália.
Tinha uma vida confortável com tudo que alguém da minha idade gostaria ter…
Boa família, amigos e namorada…
Eu estava realmente muito bem e nunca tinha passado pela minha cabeça a ideia de fazer um intercâmbio.
Eu apenas tinha a vontade de viajar ou morar fora, mas nunca antes tinha saído do País ou, sequer, pensado em ir atrás disso.
Até que um certo dia, estava num bar com amigos jogando sinuca e tive um daqueles momentos que você começa a refletir sobre a vida.
“O que eu realmente quero para a minha vida?”
Depois de pensar um tempo, notei que um intercâmbio era o que me faltava.
Na hora, até comentei com meus amigos, mas como estávamos em um bar, ninguém me levou muito a sério.
No dia seguinte, resolvi levar essa história de intercâmbio adiante. Conversei com minha namorada e, felizmente, ela super me apoiou. Já meus pais acharam um pouco loucura, mas também me apoiaram em tudo.
Meus amigos, metade me apoiou e a outra metade falaram algumas coisas negativas, mas depois que viram que eu estava focado, me apoiaram.
Meus motivos para fazer um intercâmbio:
- aprender o inglês (óbvio, já que eu não sabia falar nada. Sabia apenas algumas coisinhas, mas me considerava sem ingles nenhum);
- sair da zona de conforto;
- aprender mais sobre a vida e ver o que ela tinha pra me ensinar;
Objetivo claro, comecei a correr atrás do meu sonho…
Comecei a procurar agências. Devo ter ido em 6 ou 7 agências, quase todas com a mesma faixa de preço.
Mas o que eu procurava era uma agência de confiança, algo que encontrei apenas na última que fui (valeu, Information Planet 🙂 ).
Depois de decidir a agência, foi a vez de decidir o meu destino. Primeiro local que veio à cabeça foi o Canadá, mais precisamente a cidade de Vancouver.
Pesquisei sobre a cidade, mas percebi que não era bem isso que eu queria. Daí em diante, fui pesquisando sobre outros países e abrindo mais minha mente para novos lugares.
Pesquisei sobre Estados Unidos, Nova Zelândia, África do Sul, até que…
Cheguei na Austrália! E aí já me encantei de cara com as belezas naturais e com o clima parecido com o do Brasil.
Já na hora de escolher a cidade, não foi fácil…
Tive muito aconselhamento e acabei decidindo por Brisbane.
Comecei a me concentrar e pesquisar muito sobre o destino:
- Acompanhei blogs;
- Assisti a vídeos de Youtubers;
- Pesquisei todo tipo de informação sobre a cidade.
Quando estava no Brasil, era impossível não ter medo, apesar de todos me apoiarem…
Mas meu medo maior era:
“Será que vou aprender o inglês?”
Os outros medos não eram nada perto desse, mas aos poucos fui ficando menos preocupado (o apoio de todos ajudou muito) e também ficaria na Austrália por apenas 6 meses. Tempo que, aliás, passou voando.
Na preparação pra ir pra Austrália, foram algumas etapas.
Acho que a mais importante foi a preparação emocional, porque eu até o momento não sonhava com tudo que a Austrália iria me ensinar.
Inclusive, me ensinou que “todo sonho tem um preço”
Deixei para arrumar a mala na manhã do dia “D”, pra ter certeza que estava tudo certo e apenas fui.
Vou falar a verdade…
No aeroporto, só uma coisa me preocupava, e não era a aventura que estava por vir, mas sim o fato de deixar aquilo tudo que tinha construído para trás, mesmo que por um período curto.
Eu não fazia ideia do que estava por vir, mas criei minha própria expectativa.
Partiu Austrália!
Minha primeira vez saindo do Brasil…
Entrei naquele avião gigante, estava sem medo e apenas me sentia abençoado com tudo, embarquei sem meno.
Mas antes de chegar a Austrália passei por um sufoco:
Em Sydney fui barrado por alguns minutos por meu nome (Rudá) estar na lista da Interpol (?).
Graças a Deus foi um pequeno engano e entrei no último minuto no avião para Brisbane.
Chegando no aeroporto de Brisbane, sem saber falar nada (eu disse NADA), encontrei um senhorzinho simpático que trabalha no aeroporto que me ajudou, chamou um taxi e assim segui para minha homestay (casa de família).
Estava fascinado, nunca tinha visto tanta beleza em um lugar tão simples!
Não era nada demais, apenas um bairro normal em Brisbane, mas para mim naquele momento estava sendo mágico!
Eu apenas olhava tudo com aqueles olhos de criança quando ganha um presente no natal (kkkkk).
Chegando na casa, tive meu segundo perrengue em Brisbane:
Ao chegar na acomodação, estavam apenas uma babá e as crianças da casa.
A babá não falava inglês, apenas indiano, então eu não sabia nem como pedir a senha do wi-fi para então comunicar ao mundo que estava vivo.
Mas tudo bem…
Sem saber de nada, bem perdido, fui desfazendo as malas até a dona da casa chegar e me ajudar no que eu precisava.
Cheguei numa segunda-feira e fiquei uma semana free, apenas turistando na cidade e nos bairros.
Achei fascinante a água de qualquer torneira ser potável, as casas não terem muros ou cercas e, claro, a mão inglesa para se dirigir.
Mas a coisa que mais chamou a atenção foram os mercados terem os caixas sem atendentes!
Você mesmo passa os itens e paga. Tudo em um computador, puramente na confiança.
Eu acho que cada dia que se passava eu absorvia e me adaptava mais ao modo aussie.
Uma cultura muito linda!
As pessoas não ligam para o que os outros pensam dela (bem diferente do Brasil).
Andam descalços na rua, almoçam sentados num banco ou no jardim da praça, e claro, bebem muito!
Sabe, é uma experiência e tanto você ir para a cidade descalço.
Em Brisbane, ninguém liga para a sua roupa, se você está com as meias trocadas, ou até mesmo descalço pela cidade.
Eu mesmo depois de certo tempo costumava só sair descalço, ir no Maccas (como eles chamam o McDonalds), 7Eleven ou até mesmo no supermercado, coisa normal.
Em qualquer lugar que você têm contato com alguém, sempre é legal cumprimentar a pessoa, um “Hello, how are you?”, “See you, have good day!”, vai muito bem.
Aliás, talvez a palavra mais usada na Austrália seja “sorry” (kkkkkkkkk). Caso qualquer pessoa tenha se enganado ou feito qualquer coisa de errado todo mundo solta um “sorry”…
Acho que é mais fácil pedir desculpas do que se explicar. Na Austrália você vai ouvir muitos “sorry”, seja de aussie ou imigrante.
É incrível como me sinto bem aqui…
Natal em “família”! Tudo vegano com meus amigos. Nessa foto tem gente do Brasil, Inglaterra, Portugal e França. Poder andar em qualquer lugar a qualquer hora, sem se preocupar em ser roubado…
Andar por aí com a combinação de roupas e cores que quiser e ninguém te julgar…
Poder dançar de qualquer forma e se divertir todos sem julgamentos…
Os lugares que visitei
Nossa aqui na Austrália fui pra muitos lugares, de carro, trem, moto, bus, a pé!
Vamos começar a lista:
- Byron Bay (Awesome);
- Gold Coast (4 vezes);
- Coolangatta (dog beach)
- Cedar Creek Falls;
- Sunshine Coast (lovely place)
- Noosa (Awesome);
- Lone Pine Koala Sanctuary;
- Mt Cootha;
- Warner Bros Movie World;
- Stradbroke Island;
- Chung Tian Temp
- Melbourne.
Só tenho a agradecer por esse intercâmbio!
Quero muito viajar mais, mas, por enquanto, fica para um próximo capítulo.
O que aprendi
Vim pelo inglês e realmente aprendi, mas o que levo daqui é um real significado da vida.
A Austrália me pegou, arrancou minhas expectativas, me derrubou várias vezes, me fez sorrir, chorar, agradecer, desejar, amar, me sentir bem, crescer e sempre me mostrou que tudo é possível.
Só depende de você 😉
Hoje me considero um homeless/andarilho/backpacker/nômade do mundo.
Não tenho uma casa com CEP, mas tenho um mundo completamente de portas abertas para mim.
Esse sou eu:
Um louco apaixonado pelo mundo que me aguarda e o brasileiro mais aussie da Austrália!
Se você pensa em fazer um intercâmbio, uma viagem, mudar de cidade ou trabalho, minha dica é:
Apenas faça.
Talvez as pessoas não entendam…
Mas se joga! Vai valer cada momento.
Consulte agora um especialista e fale sobre seu projeto de intercâmbio.